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Tai Chi Chuan é uma arte marcial chinesa e também um sistema de exercícios que nos traz grandes benefícios. Esta prática se baseia no estudo da filosofia e da mente humana pelos chineses nos últimos 5.000 anos e se apóia na medicina tradicional chinesa, nas filosofias taoísta e budista, nos ensinamentos de Confúcio e no I Ching (O Livro das Mutações). Este vasto conhecimento é aplicado ao Tai Chi Chuan em cada um dos movimentos, visando a eficiência, além de ser um sistema no qual a mente condiciona o corpo e vice-versa. Nos dias atuais, esse conhecimento é preservado e transmitido por algumas famílias chinesas e seus discípulos.

A Familia Yang é uma das cinco familias tradicionais que ainda preservam o conhecimento do Tai Chi Chuan na China, as outras são: Chen, Wu, Wu/Hao e Sun.

O fundador do estilo Yang foi Yang Lu Chan (1799-1872),  queria desde pequeno aprender o Tai Chi Chuan, que naquela época só era praticado pela familia Chen, porém, esta era uma prática que não se ensinava fora da família, para se ter uma idéia do segredo que se mantinha, basta saber que não era ensinado às mulheres, pois elas ao se casar, poderiam ser convencidas pelo marido (de outra familia) a ensinar os segredos da prática.

Yang Lu Chan perseverou e se ofereceu para trabalhar na casa do mestre Chen (Chen Shang Hsien - 1771-1853) e durante muito tempo observou escondido, os treinamentos secretos e depois imitava aquilo que tinha visto, até que um dia foi descoberto, mas sua grande maestria na prática do Tai Chi Chuan salvou sua vida, pois o mestre Chen o aceitou como discipulo.  

Estudou o estilo Chen, por aproximadamente 30 anos e mais tarde removeu alguns movimentos da forma original Chen e criou o Estilo Yang.

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Dez Pontos e Princípios Importantes do Mestre Yang Chengfu (neto de Yang Lu Chan)

1 - Energia leve e sensível no topo da cabeça: fique ereto e mantenha a cabeça e o pescoço naturalmente eretos com a mente concentrada no topo da cabeça. Não tencionar demais, pois isto não permite que o sangue e a energia vital circulem suavemente.

2 - Afundar o peito e arredondar as costas: mantenha o peito ligeiramente para dentro o que o capacita a afundar ou submergir a respiração no Tan Tien (baixo ventre). Não deixe o peito para fora (protuberante), pois isto vai fazer com que a respiração torne-se difícil e de alguma forma o topo vai ficar pesado.

3 - Relaxar a cintura: quando relaxamos a cintura, os dois pés terão força  suficiente para formar uma base sólida. Todos os movimentos dependem da ação da cintura. Os movimentos desajeitados no Tai Chi Chuan surgem de ações erradas da cintura.

4 - Discernir cheio e vazio: é de importância primeira no Tai Chi Chuan distinguirmos entre "Xu" vazio e "Shi" cheio. Se o peso do corpo está na perna direita, então a perna direita está cheia e a esquerda está vazia, e vice-versa. Quando conseguimos separar o cheio do vazio, giramos o corpo levemente sem usar força. Se não conseguimos separar, o passo é pesado e vagaroso, e a posição não é firme, não fornecendo equilíbrio.

5 - Afundar os ombros e cotovelos: devemos manter os ombros na posição natural e relaxados. Se elevamos os ombros, o chi vai subir com eles e todo o corpo vai ficar sem força. Devemos também manter os cotovelos para baixo senão não seremos capazes de manter os ombros relaxados e mover nosso corpo de forma suave.

6 - Usar a mente e não a força: na prática do Tai Chi Chuan, todo o corpo está relaxado e não há idéia de força bruta ou endurecida nas veias ou juntas por trás dos movimentos do corpo. Se os meridianos não estiverem bloqueados a energia vital vai circular no corpo inteiro. Mas se os meridianos forem preenchidos com força bruta, a energia vital não será capaz de circular e conseqüentemente o corpo não vai se mover facilmente ou suavemente. Deve-se assim usar a mente ao invés da força bruta, pois assim a energia vital irá seguir a consciência e circular por todo o corpo. Através da prática persistente seremos capazes de cultivar e desenvolver uma força interna genuína. Isto é o que os praticantes experientes em Tai Chi Chuan chamam de: "Flexível na aparência, mas poderoso na essência".

7 - Coordenar o superior e o inferior: de acordo com a teoria do Tai Chi Chuan a raiz está nos pés, a força é emitida através das pernas, controlada pela cintura e expressa pelos dedos; os pés, pernas e a cintura formam um todo harmonioso. Quando as mãos e a cintura e as pernas se movem, os olhos devem seguir o seu movimento. Isto pode acontecer quando houver coordenação entre a parte superior e inferior. Se alguma parte para de mover-se, então os movimentos serão desconectados e cairão em desordem.

8 - Harmonia entre o interno e o externo: praticando o Tai Chi Chuan o foco está na mente e na consciência. Assim dizem: "O Espírito (Consciência) é o comandante e o corpo é o subordinado". Se podemos elevar o Espírito com a mente tranqüila, então os movimentos serão naturalmente suaves e graciosos. As posturas não vão além do cheio e vazio, abrindo e fechando. Aquilo que é chamado abrir, significa que não apenas as mãos e os pés estão abertos, mas a mente também está aberta. Quando pudermos fazer com que o de dentro e o de fora se tornem um, a coordenação será completa e a perfeição será atingida.

9 - Importância da continuidade: no Tai Chi Chuan se focaliza a atenção na mente e não na força e os movimentos de início ao final são contínuos e circulares. Assim se diz: "É como um grande rio correndo incessantemente".

10 - Tranqüilidade no movimento: no Tai Chi Chuan o movimento é combinado com a tranqüilidade e enquanto se executa os movimentos se mantém a tranqüilidade da mente. Na prática da "Forma", quanto mais lento o movimento, melhores resultados são conseguidos. Isto acontece porque quando os movimentos são lentos, pode-se respirar profundamente e submergir o Chi no Tan Tien. Isto produz um efeito suavizante no corpo e na mente. Aprendizes de Tai Chi Chuan irão conseguir uma melhor compreensão de tudo isto, através de estudo cuidadoso e prática persistente.

 Fonte: Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan e Cultura Oriental

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